Treinamento de Força na Infância e Adolescência

Observamos, atualmente, diversos problemas de saúde em crianças e adolescentes, devido ao sedentarismo e à alimentação hipercalórica, muito ligados à tecnologia. Doenças que antes só apareciam em adultos e idosos passaram a surgir na vida da população mais jovem. Dentre elas, a obesidade, o diabetes e a hipertensão arterial.

Para driblar este quadro, indicamos e incentivamos às crianças e adolescentes a prática de esportes, o que é muito bom também para a sua saúde mental e social. Entretanto, dois problemas surgem aqui. Há aquelas que não praticam por timidez. E há os riscos de lesão por contato físico, saltos e mudanças de direção bruscas exigidos nos esportes.

O que poucos sabem é que o treinamento de força vem sendo estudado nesta população jovem, mostrando ser um eficaz meio de prevenção de lesão no esporte e uma forma de combater o sedentarismo, sendo uma porta de entrada para novos círculos sociais e aumento da auto-estima de crianças e adolescentes tímidos.

Por haver muito mito sobre o treinamento de força para crianças e adolescentes, o intuito deste texto é trazer para vocês informações de trabalhos científicos para desmistificar preconceitos sobre potencial lesivo ou prejuízo ao crescimento ósseo dos mesmos, mostrando os benefícios da atividade quando aplicada de forma segura e planejada.

Definição de Infância e Adolescência

Há diferenças maturacionais e cronológicas que delimitam se o indivíduo está na infância ou na adolescência, como veremos a seguir:

Infância: período que compreende as idades entre 11 e 13 anos tanto em meninas quanto meninos, os quais ainda não apresentam o desenvolvimento das características sexuais secundárias, como pelos pubianos e axilares, crescimento dos seios, etc.).

Adolescência: período que compreende entre a infância e a idade adulta, onde os meninos possuem, em média, idades de 14 a 18 anos e as meninas, 12 a 18 anos – por conta de sua maturação, em média, mais adiantada que a dos meninos. Nesse período, já ocorrem modificações das características sexuais secundárias, por conta do aumento dos níveis hormonais.

Mito: Musculação x Crescimento

Antigamente, acreditava-se que exercícios com peso prejudicavam e lesionavam as placas de crescimento do tecido ósseo. Porém, treinamentos com cargas adequadas não causam esse prejuízo.

Pelo contrário, o treinamento de força, de forma comprovada cientificamente, promove o aumento da densidade mineral óssea, estimulando o crescimento saudável do tecido ósseo, além do aumento do hormônio GH, favorecendo o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes.

Benefícios do treinamento de força para os mais jovens

Vimos que a musculação não causa prejuízos no crescimento. Agora, iremos focar em outros benefícios que essa atividade pode trazer:

  • Prevenção de lesões nos esportes e também em atividades recreativas
  • Melhoria do bem estar psicossocial
  • Aumento do desempenho nos esportes
  • Diminuição de gordura corporal
  • Aumento da densidade mineral óssea
  • Aumento da capacidade cardiorrespiratória

Um ponto interessante a se comentar também é em relação à maior taxa de lesões de ligamento cruzado anterior em adolescentes do sexo feminino. As mulheres tendem a realizar valgo dinâmico de joelho (quando a patela aponta para dentro ao agachar ou saltar), por conta do quadril largo e menor taxa de força que os meninos, sendo um movimento potencialmente lesivo para os joelhos. Um estudo demonstrou que meninas que fizeram um programa de fortalecimento diminuíram em até 68% a chance de lesionar o LCA, informação muito importante para as meninas que gostam de praticar esportes.

Além de reduzir o risco de lesões em meninas jovens, o treinamento de força induz um “surto neuromuscular” protetor, o que melhora a autopercepção física.

Para os atletas jovens que buscam melhor desempenho, pesquisas recentes indicam que o treinamento de resistência pode promover melhorias significativas de desempenho na força muscular, resistência muscular, produção de energia, velocidade de mudança de direção e agilidade, equilíbrio, estabilidade articular, coordenação e velocidade de movimento.

Qual a idade para começar a treinar?

Uma criança pode começar a participar de um programa estruturado de treinamento de resistência quando é emocionalmente maduro o suficiente para receber e seguir instruções, além de demonstrar níveis proficientes de equilíbrio e controle postural, o que tipicamente ocorre por volta dos 5 aos 7 anos de idade.

As crianças demonstram níveis mais altos de plasticidade neural, tornando-as mais “flexíveis” para a aquisição de habilidades motoras fundamentais de proteção, força fundacional e o desejo de ser fisicamente ativo.

Visto isso, também deve ser pontuado que a força e o condicionamento introdutórios não começam com agachamentos pesados, mas sim com exercícios que buscam mais o aprendizado das técnicas, exercícios com peso corporal, assim como o uso de bandas de resistência elástica, com intensidades e volumes de treino moderados. O uso de atividades mais lúdicas, que envolvem coordenação, habilidades motoras, agilidade e treino aeróbico também são opções para manter o engajamento de crianças.

Deve-se ficar claro que a musculação não é mais tratada como uma atividade puramente estética, visando altos ganhos de músculos. O treinamento de força, quando bem utilizado, traz ótimos benefícios para a saúde de crianças e adolescentes.

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